CRISTO NOS FALA PARA SUBMETERMO-NOS À AUTORIDADE DA IGREJA
Em Mt 18,15-18 vemos Cristo orientar seus discípulos em como corrigir um companheiro. É dito neste exemplo que Nosso Senhor identifica melhor a Igreja que as Escrituras como sendo a autoridade final a se apelar. Ele mesmo diz que se o irmão pecador não ouvir a própria Igreja, seja para ti como o pagão e o coletor de impostos (v.17) - isto é, como um excluído. Além do mais, Nosso Senhor re-enfatiza solenemente a autoridade infalível da Igreja no v.18 repetindo Seu pronunciamento anterior sobre o poder de ligar e desligar (Mt 16,18-19), dirigido desta vez aos apóstolos como um colégio, um grupo, e não somente a Pedro: Em verdade eu vos declaro: tudo o que ligares na terra será ligado no céu, e tudo o que desligares na terra será desligado no céu (Mt 18,18).
Claro que existem exemplos na Bíblia onde Nosso Senhor apela às Escrituras, mas nestes casos Ele, como aquele que possui a autoridade, estava ensinando as Escrituras; Ele não estava permitindo que as Escrituras ensinassem a si mesmas. Por exemplo, Ele preferiu responder aos escribas e fariseus usando as Escrituras precisamente porque estes tentavam apanhá-lo usando as mesmas Escrituras. Nestes exemplos, Jesus geralmente demonstra como os escribas e fariseus tinham más interpretações, então corrigia-os mediante uma melhor interpretação escriturística.
Suas ações não servem de argumento para que a Escritura seja Sola, ou uma autoridade por si mesma e, de fato, a única autoridade do cristão. Muito pelo contrário: em todo lugar que Jesus leva seus ouvintes às Escrituras, Ele também fornece o Seu entendimento infalível, uma interpretação com autoridade, demonstrando que as Escrituras não podem interpretar a si mesmas.
A Igreja Católica prontamente reconhece a inerrância e autoridade da Escritura. Porém a doutrina católica diz que a regra imediata de fé dos cristãos é a autoridade do ensino da Igreja - uma autoridade para ensinar e interpretar a Escritura e a Tradição, como mostra Mt 18,17-18.
Também deve-se notar que está implícita (ou talvez até explícita) nesta passagem de Mateus o fato de que a Igreja deve ser visível, uma entidade palpável estabelecida sob uma linha hierárquica. De outro modo, como alguém saberia a quem encaminhar o pecador?
Se a definição protestante de igreja fosse correta, então o pecador deveria escutar todos os cristãos que existem, desejando que haja uma unanimidade entre eles acerca do objeto da discussão. Transborda aos olhos o absurdo que esta interpretação causaria. O único modo de tornar a afirmação de Nosso Senhor plausível é reconhecendo que lá havia uma organização definida, com ofícios hierárquicos definidos, a quem um apelo poderia ser feito e de onde um julgamento decisivo poderia ser dado.
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