quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011

Parte 19: Estudo sobre o ERRO da Sola Scriptura

NÃO PERMITE A INTERPRETAÇÃO DEFINITIVA DA BÍBLIA
 
A doutrina da Sola Scriptura não permite a interpretação definitiva de nenhuma passagem bíblica
 
Como temos visto, a Sola Scriptura supõe que basta uma Bíblia como regra de fé para se obter a verdadeira interpretação de qualquer passagem bíblica simplesmente comparando este verso com o restante da Bíblia. Na prática, contudo, o remendo saiu pior que a fratura, pois acaba por impedir que o crente possa chegar a uma certa e definitiva interpretação de qualquer passagem bíblica.
 
O protestante, na verdade, interpreta a Bíblia mais a partir de uma opinião subjetiva que de uma verdade objetiva. Por exemplo, digamos que o protestante "A" estudou a determinada passagem bíblica e chegou à conclusão "X". O protestante "B" estudou a mesma passagem, mas concluiu "Y". Então, o protestante "C" estudou a mesma passagem dos outros dois, mas chegou a uma interpretação "Z" [37]. As interpretações "X", "Y" e "Z" são contraditórias, entretanto cada um acha que chegou à verdadeira interpretação bíblica porque cada um estudou e comparou a Bíblia pela Bíblia.
 
Existem, agora, somente duas saídas para estes três protestantes:

1) todos estão errados;
2) somente um está correto. Três interpretações contraditórias jamais podem estar simultaneamente corretas [38]. O problema aqui é que, sem haver uma autoridade infalível que diga qual das três interpretações é a verdadeira (objetivamente verdadeira), não há meios para se saber qual das três é a correta seguramente. Cada protestante está, portanto, em meio a uma interpretação pessoal baseada meramente em opinião pessoal. Estudos e mais estudos são vãos. Cada protestante torna-se, com isso, sua própria autoridade final, ou seja, seu próprio Papa.
 
Na prática, o próprio protestantismo nos mostra que este raciocínio é verdadeiro. Pelo fato de somente a Bíblia não ser suficiente como regra de fé (se fosse, todos os protestantes concordariam em interpretação), cada denominação têm que se render e aderir fixamente às suas próprias interpretações bíblicas. Logo, se existem várias possíveis interpretações da Bíblia, nenhuma é de fato definitiva. E se não há interpretação definitiva da Bíblia o protestante não têm como saber se sua interpretação é verdadeira ou falsa.

Uma boa comparação seria com a lei moral. Se cada um pudesse determinar por sua própria opinião o que é certo e errado, não restaria nada mais que um relativismo moral, e cada uma fixaria seus próprio padrões morais. Entretanto, Deus definiu leis morais absolutas para nós (em adição às que conhecemos pelas leis naturais), e por isso, podemos analisar cada ato e reconhecer se é moralmente bom ou ruim. O mundo seria impraticável sem a moral absoluta.

Cada denominação protestante afirma, lógico, que possui a verdadeira interpretação bíblica. Todas fazem isso. Se não fizessem, perderiam membros. Entretanto, se afirmam que possuem a verdadeira interpretação bíblica, em detrimento às demais, então está se auto-proclamando autoridade final. O problema aqui, se os leitores ainda não notaram, é que este detalhe viola o princípio da Sola Scriptura, que rejeita qualquer autoridade final que não seja a própria Bíblia. Cheque-mate.

Por outro lado, se uma denominação reconhece que sua interpretação bíblica não é mais correta que a de outra, então voltamos ao eterno dilema: qual interpretação está correta? existe alguma, então, que está correta? e se todas são falsas?. Nosso Senhor disse: Eu sou o caminho, a verdade e a vida (Jo 14,6). O problema aqui é que cada denominação, na prática, afirma possuir a única interpretação correta. Conclusão, milhares de interpretações corretas diferentes, que resultam em uma total impossibilidade de se conhecer a real e definitiva interpretação a uma passagem bíblica qualquer. Em outras palavras, nenhuma seita protestante pode dizer "a autoridade está aqui" em relação a uma interpretação bíblica.

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